sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Martín e a aversão ao banco

Craques não se conformam com o banco. Quando saem dele, não gostam de retornar e, se realmente são craques, fazem o suficiente com a bola laranja para mostrar que o assento ao lado da quadra serve apenas para alguns minutos de descanso.

O personagem desta semana foi, nesta sexta-feira, um destes casos. O argentino Maximiliano Martín, de 17 anos, iniciou o jogo das estrelas do Basketball Without Borders – evento beneficente da NBA realizado no Esporte Clube Pinheiros – como ilustre expectador. Levantou do banco para armar as jogadas de seu time no meio do primeiro quarto e não saiu mais.

Numa partida extremamente conservadora, com garotos tímidos jogando para treinadores-ídolos como Shawn Marion, Luke Walton, Leandrinho e Nenê, Martín foi o único a dar espetáculo. Afobado, cometendo faltas, não começou bem, mas logo se tornava o mais insinuante em quadra, roubando bolas e fazendo grandes arremessos.

O armador é uma jovem promessa para o basquete ‘hermano’, talvez o único jogador que realmente vingue entre os que se apresentaram na clínica do BWB durante esta semana. Formado na Academia BQT, dirigida pela família Ginóbili, o jogador passou o mês de julho na Espanha. Os clubes interessados no jovem: Real Madrid e Estudiantes.

No currículo do garoto já há uma grande conquista. Ele esteve entre os selecionados argentinos que levaram o último caneco Sul-americano juvenil. Na competição, ele foi um dos destaques da equipe, ao lado de Ezequiel Manzanares.

Resta saber se ele continuará com aversão ao banco de reservas. Para o bem do basquete, esperamos que sim.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Kevin Garnett: Celtics de volta ao topo?

O blog estréia numa quarta-feira, dia em que reservo uma coluna para o basquete europeu. Entretanto, não poderia haver uma lacuna sobre a transferência mais importante da NBA desde o fim da temporada na liga norte-americana.

O ala Kevin Garnett reforça agora o Boston Celtics e o Minnesota Timberwolves recebeu um time inteiro em troca: os alas Al Jefferson, Gerald Green e Ryan Gomes, o armador Sebastian Telfair e o pivô Theo Ratliff, além de duas escolhas de primeira rodada no draft.

Desta forma, a franquia comandada pelo técnico Doc Rivers se torna um dos favoritos para chegar às finais pela Conferência Leste. O trio formado por Ray Allen (recém-chegado do Seattle SuperSonics), Paul Pierce e KG já é comparado por alguns a Larry Bird, Kevin McHale e Robert Parrish, que fizeram história pelo time de Massaschusetts.

Bom, antes de colocarmos os Celtics diretamente nas finais, vamos expor os principais obstáculos para a franquia recordista de títulos da NBA voltar aos seus tempos de glória:

1º - Os outros times: Detroit Pistons, Claveland Cavaliers, Miami Heat e Chicago Bulls não devem facilitar o jogo para o trio estelar de Boston. Nenhuma destas equipes têm tantos talentos reunidos, mas todas elas possuem mais opções no banco de reservas, além de menores carências na armação ou no garrafão.

2º - Distribuição das jogadas: Entre os três, quem fará a maior parte dos arremessos? Estes jogadores estão acostumados a serem a peça central de um esquema tático. Ainda não se sabe como irão reagir tendo de dividir a bola.

3º - Carregadores de piano: Se o GM Danny Ainge não assinar com mais ninguém, o Boston terá na sua linha inicial Rajon Rondo e Kendrick Perkins. Não são coadjuvantes à altura de Steve Kerr ou Robert Horry.

4º - Defesa: Talvez o mais importante. Esse time terá de aprender a defender. No ano passado, eles foram apenas 18º time a permitir menos pontos. Os Timberwolves, apesar dos inúmeros rebotes de KG, ficaram no 22º lugar.