quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Alex: "É possível ganhar dos EUA"

Ainda com a mão enfaixada, treinando separadamente, o ala Alex da seleção brasileira e do Brasília falou com exclusividade a este repórter nesta semana. Segue a entrevista na íntegra:

Blog: Os EUA não garantiram a vaga olímpica no Mundial. Agora tentam no Pré-olímpico. Numa partida contra eles, quais são as chances do Brasil?

Alex: Fizemos um amistoso na China antes do Mundial contra a seleção americana e perdemos nos detalhes. Vínhamos ganhando principalmente no último quarto, que ficamos na frente o tempo inteiro e no final acabamos perdendo o jogo. Erramos uma bola e eles fizeram uma cesta, mas foi um jogo duro, um jogo intenso. Acho que a nossa equipe encaixa. No Pré-olímpico passado, em 2003, a gente terminou o primeiro tempo na frente e, às vezes na ansiedade, na vontade de decidir logo, a gente acabou até perdendo por um placar elástico (nota do blogueiro: 110 a 76, 49 a 47 no primeiro tempo). É um jogo duro, será bem jogado. Nós vamos com vontade para conseguir essa vaga olímpica. É o que nos vamos fazer.

B: Você passou um tempo atribulado por lesões no San Antonio Spurs. Agora, de volta ao Brasil, voltou a jogar bem e é Campeão Brasileiro pelo Brasília. Está se sentindo novamente no topo?

Alex: Estou fortalecido. Nós fizemos um ótimo campeonato brasileiro pelo Brasília, ficamos ele todo na frente e terminamos com o título. Fomos os melhores o tempo todo, mostramos que fomos a melhor equipe.

B: A contusão na mão não te aflige?

Alex: Estou bem agora, sentindo bem o ritmo apesar da contusão na mão, que não me preocupa, porque estou numa fase boa (n.d.b.: a recuperação completa está prevista para o próximo dia 20). Queria disputar o Pan-americano, por causa da lesão não pude, mas para o Pré-olímpico estou bastante confiante. Estou feliz neste momento da minha carreira e espero poder ajudar a seleção a conseguir uma vaga.

B: Quanto a posicionamento, qual será sua função no Pré-olímpico?

Alex: No Sul-americano eu joguei mais como um 3 (ala de força), mas durante o jogo você chama o jogo, faz o trabalho de armador, leva como um 2 (armador de definição). Na seleção, eu poderia ajudar de 1, 2 e 3, às vezes até fazendo o 4 (ala-pivô) também. Eu tenho facilidade de jogar como ala, pego as jogadas facilmente em todas as posições e sei fazer posicionamentos de pivô, gosto de jogar no garrafão, de costas.

B: E contra pivôs mais altos, como você faz?

Alex: Mesmo quando o pivô adversário é alto dá pra jogar. Marquei o Murilo várias vezes na final do Brasileiro. Eu gosto de marcar jogadores maiores do que eu, porque eu tenho uma certa facilidade. Se bater bola na minha frente eu roubo, se jogar de pivô eu tenho um pouco de força para segurar. No que a seleção precisar, eu estou disposto a ajudar.

B: Fale um pouco da conquista do Nacional e da final contra Franca.

Alex: Foi muito mais gostoso ganhar fora de casa. Ainda mais quando se fala de Franca. A gente sabe que o torcedor de lá é fanático e a rivalidade, principalmente por mim, Nezinho, Artur e Marcos, que jogamos pelo Ribeirão, já existia contra o time deles. Quando eles estavam nas semifinais contra Uberlândia, nós queríamos que Franca ganhasse porque ganhar deles é especial. Nunca vencemos Franca na final antes, batíamos o time deles, mas nas semis ou quartas e esse ano pegamos nas finais. Vencemos facilmente as duas partidas em casa, perdemos o terceiro jogo nos detalhes. No quarto jogo, mantivemos a regularidade e levamos o título.

B: E o comportamento dos torcedores de Franca? (atiraram copos e outros objetos na quadra após a derrota).

Alex: A atuação que a torcida teve não é digna de uma final como foi a que tivemos, com dois ginásios lotados. O público mostrou que o basquete brasileiro está forte, mas, lamentavelmente, a torcida de Franca não soube perder. O pessoal de lá se revoltou e nós só fizemos o nosso papel. Ganhamos lá dentro, quisemos comemorar e eles não deixaram, mas isso é passado, temos que esquecer e tocar a bola pra frente.

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